Sunday, December 29, 2013

Temos de quebrar o nosso ciclo vicioso

Sabemos que há hoje muita coisa que não está bem.  E aquilo que ainda está bem continuamos a perder.  Perdemos produtividade, perdemos competitividade, perdemos mercados, perdemos postos de trabalho, perdemos reformas, direitos adquiridos pelos quais muita gente trabalhou uma vida para conseguir. Perdemos regalias e benefícios que noutros países são considerados como parte integral da condição humana como cidadãos desses países e como Europeus. Perdemos bem-estar social, perdemos gente nova que parte, perdemos o capital social de que o país precisa para ser melhor do que é, o que não é difícil, diga-se de passagem, dado ao estado em que as coisas estão agora nos fins de 2013.

Estas perdas definem sem dúvida uma crise.  Não só económica como também social.  Mas aquela a que chamamos de crise atual só veio trazer à superfície a outra crise que já há muito germinava escondidamente à vista de todos.  Essa crise que já germinava à vista de todos vem de cá de dentro do nosso país há muitos anos e com muitos contribuintes.  É uma crise muito mais nefasta e de muito longa vida.

O que nos faz colocar a pergunta crucial - conseguiremos mudar o que não está bem?

Acredito que sim. Mas para mudar o que não está bem precisamos de partir da nossa atual posição de queixume para uma posição de resolução do problema. Precisamos de definir o que queremos que seja este país daqui a 5, 10, 20 anos.

Todos temos de olhar para o horizonte e perguntarmo-nos – que país queremos nós para os nossos filhos, e para os filhos dos nossos filhos, para os nossos netos?

  • Queremos um país que é conhecido mundialmente através da Transparência Internacional por ter índices de corrupção nada desejáveis? 
  • Queremos um país onde o setor informal, as atividades que fogem aos impostos, seja tão alta? 
  • Queremos um país onde a justiça, quando funciona, é só para os ricos? Ou apenas para as grandes empresas? 
  • Queremos um país onde os contribuintes pagam os impostos e as empresas e os políticos fogem ao fisco? 
  • Queremos um país onde abrir uma nova empresa necessita de cunhas e padrinhos? 
  • E que investidores queremos? 
  • Queremos os investidores das grandes superfícies que trazem postos de trabalho de salário mínimo? 
  • Ou queremos investidores com a mentalidade dos Mondragon do País Basco? 
  • Queremos investidores de países mais corruptos do que nós? 
  • Ou queremos investimentos de países onde a honestidade prevalece? 
  • Queremos um país onde as escolas estão sempre a perder recursos? 
  • Queremos um país que cria profissionais mas não lhes dá oportunidades fazendo-os emigrar? 
  • Queremos um país onde os idosos, (nós quando chegar a nossa vez), vivem no banco do jardim ou do café, longe dos cidadãos mais jovens, à espera da morte? 
  • Queremos um país com um dos melhores climas da Europa e com as habitações doentiamente menos confortáveis? Construídas ainda por profissionais do século passado? Com materiais e técnicas do século anterior a esse?
Que país queremos?

É por aqui que precisamos de começar. Faienas inúteis como a que o Sr. Silva patrocinou há umas semanas em Cascais não nos levam a lado nenhum. Para esta conferência foram convidados empresários de ascendência Portuguesa bem sucedidos em cerca de 50 países no mundo. A estes empresários foi pedido que falassem bem de Portugal porque Portugal não era assim tão mau como o pintam.

E eu fiquei a pensar. Estes empresários foram embora de Portugal porque lá fora encontraram um clima mais favorável para as suas actividades. Lá fora fizeram o seu sucesso. E é a esses que estamos a pedir que falem bem de Portugal? Com que moral pode um empresário destes fazer isso no país onde se radicou? Expliquem-me porque eu não percebo! Juro que não percebo.

Todos estes fatores estão interligados. Se queremos trazer para o nosso país investimentos onde prevaleça a honestidade, investimentos de países Europeus ou nórdicos, onde os índices de corrupção são muito mais baixos do que os nossos, onde a economia é mais formal e menos por baixo da mesa, onde não se pratica a fuga ao fisco como cá, onde a justiça funciona e é célere, então temos de mostrar que somos, como país, credíveis e de confiança. E isso mostra-se fazendo o que é necessário para que os índices deixem de enterrar o país aos olhos estrangeiros em vez de passarmos horas a fio nos cafés argumentando que esses índices são suspeitos.

Se queremos investimentos vindos de países onde se pratica tudo isto e com mais esmero e até com mais requintes de malvadez do que nós praticamos, então estamos no caminho certo. Não acho que esse caminho seja bom, mas para este objectivo, é o caminho certo.

Eu não tenho gostado de ver este país cair no lodo em que está. Mas não é criticando e identificando os problemas que sairemos desse lodo. Essa parte, a definição do problema está mais que feita. Agora é altura de decidirmos que país queremos para daqui a 1 ano, 5, 10, 20 anos, e assim definir as iniciativas que têm de receber a nossa atenção e diligência.

Uma vez definidas as iniciativas, é uma questão de pormos mãos à obra. Os governantes des-governados que temos não sobreviverão neste país!

Mas temos de definir que país queremos para daqui a 1, 5, 10, 20 anos.

2014 é um Bom Ano para começarmos.

Xmas 2013



Life has its ways of teaching us about life.
Yesterday, the 23rd, I took a friend of mine to the oncology clinic.
He was too week to drive there.
His weekend had been miserable but he never called me.
He suffered his weekend in silence.
When I picked him up at home he looked like a zombie.
He is undergoing chemotherapy and is not doing well.
After seeing the doctor, however, he was a new man.
He did not even look like the same sick man.
I was amazed at the difference a trip to the doctor would make.
I was amazed at what an oncology doctor could do.
The doctor told us to come back today.
And so today, the 24th, I took him back to the clinic for a checkup.
After that we had lunch and I took him back home.
Wine actually tasted like wine to him today.
The food tasted good too, so he told me.
And he actually looked somewhat upbeat although rather tired.
But this story is not about me.
It is about my friend.
It is about the oncology patients.
It is about the oncology clinic staff.
It is about people who fight for their lives,
and the people who help them in their fight.
It is about the foundations that invest in this fight.
It is a different world they live in.
A world about which we have no clue.
Today, the 24th, I gained a new appreciation for all of them.
Patients, doctors, nurses, receptionists, lab operators, you name it.
This 24th I want to forget about electronic gadgets, new fashion statements,
Xmas presents, treats and plentiful food on the table tomorrow.
These are all meaningless.
Really!
And this 25th I want to be with them, the patients, the doctors, the nurses,
the receptionists, the lab operators.
That is where life is celebrated!
That is where Xmas has meaning or not.
That is where 2014 is decided!
God bless them all!