Thursday, September 27, 2012

Open letter to Durão Barroso

I listened, with mounting indignation, to the speech on "a democratic federation of nation states" by Durão Barroso at the EU Parliament in Strasbourg a couple of weeks ago. Since then, and over the course of my daily life, I eventually calmed down until our TV networks replayed the speech earlier this week. And then my indignation resurfaced.
  
The time that elapsed between the speech and the TV replay allowed me to come to grips with my indignation. I can now clearly define the reason for this indignation. And the reason is that Mr. Barroso's failed to describe how his solution to the problems we now face in the European Union, as well as in the individual countries, has anything to do with the problems themselves.

Mr. Barroso pointed out that the inability of governments thus far to respond effectively to economic developments was "fueling populism and extremism in Europe and also elsewhere".

It was obvious that to Mr. Barroso the problems are economic problems. That is it. This is dangerous thinking coming from a politician at such a high level.

Under the circumstances I feel obligated to tell Mr. Barroso that the EU is in crisis because:
  • trust between people and government institutions is at an all-time low,
  • trust among people from various countries, not only within the EU, but among all world people, is at an all-time low,
  • war mongering is at an all-time high, while peace proposals are at an all-time low,
  • the impoverishment of the population at large is reaching all-time highs,
  • wealth inequality has reached an all-time high, and people see no end to this socially toxic trend, perhaps the single biggest cause of the extremism and populism referred to in the speech,
  • public fund misuse is at an all-time high, not to speak of corruption,
  • unemployment for all age groups, has reached an all-time high
  • employment opportunities, for all age groups, is at an all-time low
  • social and individual anxiety levels over the ability to earn a dignified living is at an all-time high, yet the EU has set the goal to reach the rate of 70% full-time employment, while the remainder 30% will have to do with temporary or part-time work,
  • the cost of health care has been rising and its quality has been dropping while the EU promises further cost increases and quality cuts,
  • the cost of education has been rising and its quality has been dropping while the EU promises further cost increases and quality cuts,
  • fuel costs have reached an all-time high, and the EU has no concerted plan to address the coming fossil fuel crisis,
  • environmental degradation costs are affecting every citizen and every country in the EU, while the politicians have shown no political will to address its dangerous trends,
  • climate change has more than given us indicators that all is not well, while the EU governance has shown no political will to address what the citizens of the EU and worldwide wisdom consider as dangerous trends.
I could enumerate a few more indicators of the EU crisis. Indicators of great value to the achievement of a successful society. The EU economists publish them regularly. The EU website publishes them.

That is why, Mr. Barroso, as you well indicated, neither the citizens of the EU nor the World at large seem to have much confidence in what we call Europe.

Having said all this, I request that you, Mr. Barroso, explain to the us, the people, the citizens, the voters, those of us who are the actual building blocks of our Europe, how "a democratic federation of nation states" is going to address the above-mentioned problems. 

I also do urge all politicians in Brussels to come out of their ivory towers and talk to the people on the street and check it out for yourselves. I urge you and all of them not to rely on reports your receive on your desks written by your staff sitting at their desks.
 
That will be much more constructive to the strengthening of the EU we all hope for than patronizing statements that say that "Europe's member states on their own are no longer able to effectively steer the course of events". What does this mean?

Wednesday, September 19, 2012

Da esquerda ou pelo direito?

Para uma questão de transparência em assuntos de política, eu gostaria que não nos esquecessemos do que foi em tempos chamado de direita e o que foi chamado de esquerda.
 
Ora a direita eram os ditadores, os financeiros, o salazarismo, o franquismo, os que zelavam pelo poder do capital, os donos da terra, os que usavam o povo como peça da máquina financeiro/económica, os dos trickle down reaganomics, dos thatcherismos, dos submarinos, das pontes sobre o Tejo, das 3 autoestradas para o Porto, etc. Isso foi o que recebeu o nome de direita, e ainda o é! Convém não esquecer!
 
A esquerda eram os comunistas, os socialistas, os anarquistas, os hippies, os movimentos de estudantes, os do outro lado, do lado do povo como seres dignos de serem tratados como seres humanos, com dignidade, do 25 de Abril. Mas para os desvalorizar, chamaram-nos de esquerda, e a esquerda sempre foi o lado demonizado, o lado sinistro. Não era bom ser canhoto. Até calhava bem. E dava jeito aos da direita. E ainda dá muito jeito continuar a demonizar!
  
Acho que está na hora de passar a chamar os partidos da tal direita pelo seu devido nome, exploradores do povo como máquina productiva, e aos partidos da esquerda pelo que são, defensores da dignidade humana. Por muitos defeitos e valores que cada um possa ter, essa é a essência dos dois lados da moeda política.
   
Deixemo-nos de branqueamentos com direitas e esquerdas. Até com cores, como se esses conceitos fossem passivos de cores à moda de clubes desportivos. Pseudónimos de conveniência apenas para alguns.

Monday, September 17, 2012

Os problemas de hoje



Hoje acabei de ler alguns dos artigos que me faltavam ler na edição de sábado do meu jornal favorito. Deprimente, foi a palavra que me veio ao pensamento. Os temas abordados são-nos já familiares, crize financeira, licenciaturas de fim de semana, incêndios e vidas destroçadas, crimes hediondos cometidos tanto por meros cidadãos e como por governantes conhecidos, défice das receitas do estado, juros a subir e a descer, mais impostos, mais desempregados, menos postos de trabalho, comportamentos duvidosos ou descaradamente corruptos dos governantes e outros políticos, enfim, um enxorrilho sem fim de males e maleitas. Qual delas a mais deprimente.
  
Fiquei a pensar na situação atribulada que envolve o nosso país. Tentei ler nos comentários de economistas possíveis soluções para o caos em que vivemos. Não encontrei nada que me convencesse. Apenas mais do mesmo neo-liberalismo que nos trouxe até aqui.
 
Um artigo, por exemplo, mencionava o enfraquecimento da classe média ao longo das últimas décadas e a necessidade de reconstruir o poder de compra dessa classe média. Isto iria incentivar o consumo nacional e portanto iria propulsionar a anémica e letárgica economia. As grandes empresas precisavam porém de manter os seus custos baixos para poderem competir no mercado internacional e assim venderem mais, propulsionando a economia e a criação de postos de trabalho.
 
Ou seja, uma classe média fortemente dependente das empresas que mantiverem a competitividade à custa da classe média. E eu pensei, à custa de baixos salários pagos à classe média que o economista achava ser chave na recuperação da economia. Acho esta lógica circular. Sempre achei. Veio-me então à mente a frase atribuída a Albert Einstein - os problemas significativos que enfrentamos não podem ser resolvidos com o mesmo nível de pensamento em que estávamos quando os criámos.
 
Realmente! Temos de começar a pensar de modo radicalmente diferente.
 
Mas permitam que elabore mais um pouco o pensamento circular acima. A classe média iria portanto receber salários mais baixos para que a empresa pudesse ser lucrativa e competitiva. E com esses salários mais baixos essa classe média fortalecida iria consumir mais e assim iria incentivar as vendas das ditas empresas.
 
Ocorreu-me então, eureka, que enquanto os nossos postos de trabalho, o nosso poder de compra, os produtos de que necessitamos continuarem a depender das grandes empresas não sairemos deste labirinto. Enquanto as grandes empresas dominarem o horizonte económico não será possível sair do problema que criámos. Nunca teremos uma classe média forte e nunca nos livraremos da probreza.
 
Uma classe média forte tem de depender de alternativas, de variedade nas oportunidades de emprego. Uma classe média forte não pode por um lado exigir remunerações dignas do ser humano e ao mesmo tempo produzir a baixo custo para as mesmas empresas. Com poucas oportunidades de trabalho as empresas estarão sempre em posição de controle no que se refere a níveis salariais. É o pesadelo da lei da demanda e da oferta a funcionar. Não vejo nem regras nem leis que travem esta realidade.
 
Isto é, um mercado de trabalho com muita oferta e pouca procura, e a automatização continuará a reduzir a procura, não permitirá uma classe média forte, nem a ausência de uma classe pobre. É uma classe média sem resiliência aos embates dos mercados, esse monstro que aparece em todos os artigos dos jornais.
 
Uma classe média forte só pode existir quando houver uma classe empreendedora diversificada, dinâmica, competitiva e abundante. Uma classe média forte terá que ser também empreendedora. Isto leva-nos a um modelo económico onde prevalecam as pequenas e médias empresas. Onde o trabalhador tem oportunidade de criar os productos de que precisa. Onde os regulamentos são feitos para proteger o ser humano e não para criar barreiras de entrada a novas oportunidades empresariais.
 
Uma classe média forte tem de ser productora de bens de consumo. Desde os mais essenciais até aos mais lúdicos. É neste campo que o movimento internacional das Transition Towns, das Comunidades em Transição faz muito sentido. Um movimento cívico que defende e promove a resiliência das comunidades. Que incentiva a auto-suficiência das comunidades, grandes e pequenas, em tudo o que seja de necessidade básica.
 
As Comunidades em Transição, com dinâmicas representações em Portugal, estão a pensar como dizia Einstein - os problemas significativos que enfrentamos têm de ser resolvidos com um nível diferente de pensamento. Não podem ser resolvidos com a mesma mentalidade que tínhamos quando os criámos.

Sunday, September 16, 2012

Fui à manifestação... e vi gente deliciosa!

De tudo o que vi ficaram-me de exemplo alguns em especial...
  
   
... também aqueles que os pais levaram consigo...
  

.. e que lá estiveram a cantar e a bater palmas...  

 

... e os que os pais levaram consigo para não faltarem à manifestação.
 





Fui à manifestação... eu e os cartazes!

Os cartazes, feitos de tudo, papel, cartão, plástico, cabos de esfregonas, disseram tudo o que todos queriam dizer. 
  
E isso eu achei muito inspirador e ilustrativo do que um montão de gente pode fazer - todos juntos contribuindo construtivamente para um todo inclusivo.
  
Os políticos de hoje (nem de nunca) não querem essa inclusividade, mas, que se lixem, acabou a mama. De hoje em diante vai ser diferente!
  
















 

Fui à manifestação... eu e a multidão!

Fui à manifestação.
 
Não é possível descrever, só por palavras, a energia, a dedicação, a força, a indignação, a raiva que aquela gente trazia consigo.
 
Eram pessoas de todas as idades. Idosos como eu, jovens, muitos jovens, o que me alegrou sobremaneira, crianças, crianças de colo, porque os pais decidiram que ficar em casa por causa da bébé não era opção, e isso tocou-me cá dentro.
 
Gente, muito provavelmente de todas as profissões, de todas as camadas sociais, sofrendo a diferentes níveis com os resultados deste desgoverno contra o qual todos nós nos manifestávamos.
 
As fotos que se seguem, algumas das muitas que eu e tanta gente à minha volta tirava, para contrariar qualquer declaração oficial que tentasse desvalorizar com estatísticas manhosas o que ali se passou pelas avenidas, pelos jardins, pelas praças, pelas ruas de Lisboa.
 
Nota: Se alguém aparecer aqui e preferir que a sua fisionomia não seja reconhecida, agradeço que me avise para eu retirar essa foto. 
 














Saturday, September 15, 2012

Vou à manifestação hoje!

Vou à manifestação hoje!
 
Vou manifestar-me contra a ingerência deste país!
  
Vou encontrar-me cara a cara com gente como eu!
  
Vou participar no início de uma mudança radical!
 

Nem que a voz me doa!

Thursday, September 13, 2012

Na manifestação de 15 de Setembro.

Tenho-me debatido sobre o que é que vamos fazer nesta manifestação.

Sei que vamos fazer barulho e acusar os dirigentes e políticos de todas
as suas más condutas.
Mas vamos apenas para deitar cá para fora a nossa raiva?
Será que vamos ser ouvidos?
Que alguém nos vai prestar atenção?
Que depois iremos ver mudanças no que nos aflige?

Tenho imensas dúvidas.

Acredito porém que devemos fazer ouvir a nossa revolta,
mas, temos de exigir que coisas aconteçam.

Por mim, quero exigir:
- Que se demitam todos os dirigentes a todos os níveis,
- Que se crie um governo provisório até às próximas eleições,
- Que haja eleições a todos os níveis em Novembro de 2012.
- Que se investiguem as causas, os incentivos, os actores,
   e os beneficiários desta crise em que nos meteram,
- Que se estabeleçam objectivos para o país e para os cidadãos.
   para que não seja sempre esse famigerado PIB e esse défice
   que acabam por nos sacrificar para além dos nossos pecados.

Desejo que se não forem estas as nossas exigências, que haja outras, 
mas irmos só fazer barulho não vai valer o esforço que cada um de nós 
vai por nesta manifestação.