Fomos mandados parar pelo polícia de trânsito no fim da avenida quando esta acaba na Julius Nyerere. Eu tinha parado no sinal luminoso à espera que virasse verde e ligado o pisca para virar à esquerda.
Era de noite, umas 9 da noite, e acabei por parar o carro num espaço pouco iluminado, o que não me agradou nada. O senhor não tinha o pisca ligado, disse-me o polícia. Retorqui que tinha o pisca ligado, sim. Não contestou.
Os documentos, pediu o guarda. Ao entregar-lhe a carta de condução percebi que tinha deixado os documentos do carro em casa. O carro era do meu cunhado, com matrícula da cidade do Cabo. Disse-lhe que não os tinha. Então isso dá multa, disse o guarda. Num rasgo de chico-espertisse disse-lhe que não porque eu tinha 24 horas para apresentar os documentos na esquadra. Não sei se é verdade mas pegou.
Onde é que leu isso? perguntou o guarda. Mas antes que eu pudesse responder, ele acrescentou - e há quanto tempo estou eu aqui? Respondi que não sabia. A conversa tinha começado a parecer conversa de surdos. O polícia fez cara de estar enfadado com a conversa. Nesse momento, com ar de desprezo, virou-me a cara, devolveu-me a carta de condução e mandou-me seguir. Respirei fundo e fui-me embora. Com o pisca ligado de novo, por mor das dúvidas.
Aprendi mais tarde que esta conversa é típica de quem quer patrocínio, que é a nova palavra para saguate, corrupção, por outras palavras.
Há bem pouco tempo os polícias pediam refresco, mas houve espertos que andavam com uma lata de refrigerante no carro e o nome dessa coisa passou de refresco para patrocínio. Realmente é uma palavra muito mais pomposa.
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