Wednesday, July 4, 2012

Tanzania - em safari

Hoje estou com a guita toda. É de aproveitar... e salve-se quem puder.

Safari foi o que nós fomos fazer. As fotos vieram naturalmente. Safari em Swahili quer dizer uma viagem, um trajeto. Na Tanzania as pessoas fazem um safari de carro para ir ao mercado. Apanham um chapa para irem num safari à cidade. Apanham o autocarro e vão fazer um safari para visitar a família na cidade ou vila mais próxima, ou não tão próxima.

Decepcionou-me um pouco porque, afinal, um safari é a coisa mais natural do seu dia a dia para aquela gente. E nós, os ocidentais, a imaginar um safari como coisa para gente com pelos no peito. Desilusões da vida...
 
 
A caminho do nosso safari encontrámos este autocarro que ia no seu safari para Nairobi. Três dias de viagem. Por uma estrada que atravessa o parque de Ngorongoro e de Serengeti, atravessa a fronteira com o Kenia, passa por Maasai Mara, e ao fim de três dias deve chegar a Nairobi, se não houver azar. Até porque as estradas não são más. Excepto quando chove muito... São é a perder de vista, como toda a paisagem em África.
 

Mas como fomos em safari, eu até fui de safari suit, não fosse eu um turista convicto! Tinha bolsos para tudo! Até para não saber em que bolso tinha posto os lenços de papel... o que por vezes se torna num problema bicudo...

  
Aquilo não era a brincar, que julgam!

Mas houve, para mim, talvez não tanto para a Ana Paula, (até porque estas coisas de 4x4s e caça é coisa de rapazes...) uma sensação muito grande de ter regressado a África. À África profunda. À África de há 50 anos. Àquela África em que vivemos os nossos afortunados anos de juventude. A uma África, se me permitem, do Out of Africa. A sério! A uma África acolhedora. Imensa mas acolhedora na sua imensidão. Onde só de 4x4 se podia entrar.
 

Desta vez sem armas de caça, e ainda bem! Mas com todos os requintes desses tempos da caça grossa. Onde um búfalo solitário ou um kambako poderiam estar a espreitar por trás de alguma acácia também solitária.

Não sei bem explicar. Senti uma paz muito grande no meio daquela selva, daquela natureza feroz mas ao mesmo tempo acolhedora. E veio-me à mente a declaração já famosa e repetida ad nauseam de Rui Knopfli:

"Ter-se nascido ou vivido em Moçambique (em África, afinal...) é uma doença incurável, uma virose latente. Mesmo para os que se sentem genuinamente portugueses mascara-se a doença, ignora-se, ou recalca-se e acreditamo-nos curados e imunizados. A mínima exposição a determinadas circunstâncias desencadeia, porém, inevitáveis recorrências e acabamos por arder na altíssima febre de uma recidiva sem regresso nem apelo". 
Rui Knopfli.
  
Se um dia tiverem a oportunidade de visitar a Tanzania, o Serengeti, Ngorongoro, vão! Não hesitem! Não vão chorar por tê-lo feito. Juro! 


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