Estou a referir-me à ideia, ou às ideias, das habitações em climas tropicais, que podem ser construidas pela população mais carente, a que só tem como recursos os materiais que a terra lhes dá, e pouco mais. O que vou aqui descrever não é meu, ou não é só meu. Muitos estudiosos já trabalharam sobre estes temas. O que eu quero fazer aqui é descrever um conjunto de ideias que podem melhorar as condições de vida das habitações humildes, em climas tropicais, em especial em África e em particular em Moçambique.
Como os climas tropicais não são todos iguais, vou limitar-me ao clima de Moçambique, que também não é todo igual de norte a sul, mas como é um território alongado à beira do Oceano Índico, as diversas zonas do país têm muitas características comuns. Essas características podem resumir-se em:
Mas antes de partirmos para os detalhes, permitam que vos dê a minha perspectiva: independentemente do formato da habitação, redonda como uma palhota, ou rectangular como uma casa de bloco de cimento, a construção com paredes de barro e telhados de capim são o ideal para o clima de Moçambique. E com um pouco de jeito podemos ter habitações humildes mas confortáveis. O resto, o bloco de cimento, o zinco, não são solução para este clima.
Vamos começar pelo isolamento natural. Num blogue a seguir, falaremos da ventilação natural. Em África é preciso isolar do calor quase todos os dias do ano, e do frio, principalmente à noite.
Na construção tradicional, o capim, o caniço, o tijolo de barro cru, são bons isolantes do calor e do frio. E destes, talvez o tijolo de barro seja o mais isolante, mais resistente, além de não deixar entrar o vento e a poeira como acontece com o caniço ou o capim. Já o bloco de cimento não isola bem, nem do calor nem do frio, e muito menos a chapa de zinco, o que torna essas construções muito desconfortáveis.
O tijolo de barro pode ser feito com uma mistura de casca de arroz ou capim cortado miudinho. Estes materiais, misturados no barro, criam pequenos espaços de ar, o que torna o tijolo ainda mais isolante. Além do barro, também há a terra batida, muito usada em África, mas considerada tradicional e por isso tem caído em desmerecido desuso. Mas está a haver um renascimento deste material e deste modo de construção que usa muito pouca água.
Ora estes materiais dão bem para as paredes. E os telhados?
Para esses, o melhor ainda é o capim e noutras áreas, a folha do coqueiro. Pode ser feito com simplicidade ou com muito detalhe, dependendo da tradição local, e isola bem do calor, do frio, e dos ruídos. Quando bem feito, não há chuva que lá entre. Estas coberturas têm sido usadas por muitos povos em todos os continentes, e está a haver um renascimento, devido às suas qualidades por não precisarem de processos complexos e caros de fabricação.
No próximo artigo vamos conversar sobre a ventilação natural necessária para o nosso clima. Esta é uma contribuição para a melhoria as condições da construção tradicional.
Como os climas tropicais não são todos iguais, vou limitar-me ao clima de Moçambique, que também não é todo igual de norte a sul, mas como é um território alongado à beira do Oceano Índico, as diversas zonas do país têm muitas características comuns. Essas características podem resumir-se em:
- o Sol anda pelo norte todo o ano,
- temperaturas muito quentes na estação quente,
- temperaturas amenas na estação fria (embora à noite fique frio),
- a época das chuvas é na estação quente,
- o vento predominante vem do Oceano Índico.
E a habitação, o que deve ser? Deve aproveitar estas condições ou defender-se delas, o que acontece com muitos dos tipos tradicionais de construção moçambicana. Mas podemos melhorar sem trair as tradições. E assim precisamos de habitações que:
Esta lista é uma simplificação, mas dá para começar. Depois, com esta base, podemos refinar as diversas características para cada zona do país onde seja preciso construir uma habitação.
- sejam viradas a Sul para não apanharem muito Sol,
- muita sombra sobre janelas e portas pela mesma razão,
- criar ventilação natural para refrescar, em especial à noite,
- aproveitar os ventos do Índico nas zonas costeiras,
- isolar do calor do Sol, e do frio nas noites da estação fria,
- usar materiais naturais disponíveis a todos,
- colher ou cultivar esses materiais.
Mas antes de partirmos para os detalhes, permitam que vos dê a minha perspectiva: independentemente do formato da habitação, redonda como uma palhota, ou rectangular como uma casa de bloco de cimento, a construção com paredes de barro e telhados de capim são o ideal para o clima de Moçambique. E com um pouco de jeito podemos ter habitações humildes mas confortáveis. O resto, o bloco de cimento, o zinco, não são solução para este clima.
Vamos começar pelo isolamento natural. Num blogue a seguir, falaremos da ventilação natural. Em África é preciso isolar do calor quase todos os dias do ano, e do frio, principalmente à noite.
Na construção tradicional, o capim, o caniço, o tijolo de barro cru, são bons isolantes do calor e do frio. E destes, talvez o tijolo de barro seja o mais isolante, mais resistente, além de não deixar entrar o vento e a poeira como acontece com o caniço ou o capim. Já o bloco de cimento não isola bem, nem do calor nem do frio, e muito menos a chapa de zinco, o que torna essas construções muito desconfortáveis.
O tijolo de barro pode ser feito com uma mistura de casca de arroz ou capim cortado miudinho. Estes materiais, misturados no barro, criam pequenos espaços de ar, o que torna o tijolo ainda mais isolante. Além do barro, também há a terra batida, muito usada em África, mas considerada tradicional e por isso tem caído em desmerecido desuso. Mas está a haver um renascimento deste material e deste modo de construção que usa muito pouca água.
Ora estes materiais dão bem para as paredes. E os telhados?
Para esses, o melhor ainda é o capim e noutras áreas, a folha do coqueiro. Pode ser feito com simplicidade ou com muito detalhe, dependendo da tradição local, e isola bem do calor, do frio, e dos ruídos. Quando bem feito, não há chuva que lá entre. Estas coberturas têm sido usadas por muitos povos em todos os continentes, e está a haver um renascimento, devido às suas qualidades por não precisarem de processos complexos e caros de fabricação.
No próximo artigo vamos conversar sobre a ventilação natural necessária para o nosso clima. Esta é uma contribuição para a melhoria as condições da construção tradicional.
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