Há dias em que me sinto
cidadão do mundo.
Sinto-me acima de todas as coisas.
Sinto-me lá em cima
a ver tudo cá em baixo,
sem me identificar com uns
ou com outros,
mas identificando-me com todos.
Sinto-me parte de todos e de tudo.
Numa terra sem fronteiras,
sou cidadão do mundo.
Sabem bem esses dias.
Mas há outros dias
em que me sinto exilado.
Sinto-me abaixo de todas as coisas.
Sinto-me pelo chão
a ver tudo à minha volta,
sem me identificar com uns
ou com outros,
identificando-me com ninguém.
E sinto-me parte de nada,
sinto-me desterrado.
Numa terra cercada de muros,
sou então um exilado.
Esses dias não sabem nada bem.
Há dias...
Serei só eu que tenho dias assim?
Bom, seja,
ainda bem,
porque nunca quis
desejar mal a ninguém.
2 de Fevereiro de 2006
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