Nestas alturas em que as esquerdas e as direitas se declaram mais e melhores do que os outros, vale a pena fazer uma pequena avaliação do que começou a ser chamado das direitas e o que começou a ser chamado das esquerdas em matéria de partidos políticos.
Os das direitas eram os financeiros, os industriais, os que defendiam o poder do capital, os donos das terras, os que usavam as pessoas como peças da máquina economico-financeira, os Espirito Santos, os que apoiavam as leis do trickle-down economics do Reagan e da Thatcher, os ditadores, e muitos outros. Estes pertenciam e entitulavam-se da direita, e ainda o são! Não nos esqueçamos!
Os das esquerdas eram os comunistas, os socialistas, os anarquistas, os filósofos, os hippies, os movimentos de estudantes, os verdes, os que se revoltavam contra as indignidades praticadas contra o ser humano, os do outro lado, os que se puseram por trás das barricadas, os da Primavera Árabe e outros movimentos, os que acreditavam que o povo deve ser tratado como seres humanos e com dignidade. Sobre esses foi caindo o nome das esquerdas, e ainda o são! Não nos esqueçamos!
Para os amarfanhar os das direitas começaram a chamar os outros os das esquerdas. A esquerda sempre tem sido, ao longo da história, o lado do demónio, o lado sinistro. Não era bom ser canhoto. E aplicar uma etiqueta de esquerdas pelos das direitas não foi inocente e até deu muito jeito. E ainda dá muito jeito! Não nos esqueçamos!
Acho que chegou a hora de chamar os partidos das direitas aquilo que eles são, os que usam o povo como máquina de produção, e começarmos a chamar os partidos das esquerdas aquilo que eles realmente são, os defensores da dignidade humana. Deixando de lado o bom e o mau que cada um dos lados pode ter sido, tem sido e pode ser, esta é a essência dos dois lados da moeda política que tem sido atirada ao ar vezes sem conta.
Vamos deixar de fazer lavagens cosméticas às esquerdas e às direitas. Vamos deixar de as colorir como se fossem camisolas de clubes desportivos. Vamos deixar de aplicar etiquetas e nomes giros, ou não tão giros, e que nada são mais mais do que conveniências para uns e pseudónimos mal aplicados para outros. Como se diz no Ribatejo, vamos chamar os bois pelos nomes.
Vamos voltar à essência porque é muito importante não nos deixarmos distrair e muito menos iludir.
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