Olá Rodrigo,
eu e tua avó temos pensado muito em ti desde que vos deixámos no aeroporto.
eu e tua avó temos pensado muito em ti desde que vos deixámos no aeroporto.
Estás bem? Estás contente? É bom estar na Alemanha com os teus pais? Sei que a tua viagem correu bem e que chegaste muito tarde a casa. Mas dormiste bem? Como é que foi acordar na nova casa?
E hoje? Como é que foi? Vais fazer alguma coisa gira esta tarde? Já
foram dar uma volta pela cidade? Já viste a tua escola? É bonita?
Desculpa tantas perguntas, mas temos vontade de saber tudo, tudo! Os teus avós são assim, muito curiosos.
Tenho pensado em ti. A imaginar o que deves estar a fazer, o que
deves estar a ver e a visitar. O que deves estar a pensar e a sentir. Deve ser tudo muito... Interessante? Giro? Excitante? Assustador? Tudo ao mesmo tempo? Deve ser muito bom! Quem me dera ser mosca na parede para ver tudo.
Amanhã
é o teu primeiro dia de escola na tua nova cidade. Vai ser muito
fascinante. Se calhar vais sentir um pouco de medo. Isso é normal. Mas
logo, logo vais fazer amigos e amigas e já não vais ter medo. Depois
vais ficar atrapalhado porque não percebes o que estão a dizer. Mas tu
és muito esperto e vais aprender a língua muito depressa. Até os
professores vão ficar admirados. Vais ver.
Vais estar muito ocupado com tudo. É tudo novidade. Até vai parecer
que estás num planeta diferente. Mas quando tiveres tempo, manda-nos
notícias para irmos sabendo como tu e os teus pais estão.
Os teus avós são
assim, muto curiosos.
Um beijinho para ti.
Um beijinho para ti.
Dá por nós beijinhos aos teus pais (não te esqueças).
Um abração daqueles que tu sabes dar,
o avô e avó que te amam muito.
Um abração daqueles que tu sabes dar,
o avô e avó que te amam muito.
Nota: O meu neto emigrou ontem com os pais. Já temos saudades.
Rodrigo,
ReplyDelete"Nao te conheco mas aproveito para te contar que em 1990 o meu filho chegou à Alemanha com 5 anos e a escola começou antes de ele fazer 6 anos. Teve de fazer um teste (sem falar uma palavra de Alemão) e deixaram-no entrar na escola. A partir desse dia lá andou e foi aprendendo muito rápidamente a língua Alemã (este meu Notebook Alemão não tem teclado nem software para apoiar a escrita na língua dos teus avós, por isso não uso cedilhas nem o til ). O Ivano comunicava com um amigo de escola e vizinho em Inglês (era a língua materna do meu filho Ivano que nasceu na África do Sul) quando brincavam juntos e dentro de uns mêses comecou a usar cada vez menos palavras em Inglês e mais palavras em Alemão. Hoje ele fala e escreve como qualquer Alemão e até melhor do que eu. Tambem vais passar por isso mas não te preocupes, porque como o teu avô diz "és muito esperto e vais aprender a língua muito depressa".
Que tudo te corra bem.
Stélio.
Boa tarde,
ReplyDeleteChamo-me João Santos Duarte e sou jornalista da Rádio Renascença. Estou preparar há já algum tempo um mini-documentário para a nossa Web TV sobre emigração, em que abordo tanto a grande vaga dos anos 60/70 como o que se está a passar no presente.
Uma das questões que gostaria de focar precisamente é esta dimensão familiar, ou seja, avós que veem os netos partir, pais que veem os filhos obrigados a ter de sair do país, e todo o impacto que isso tem.
Fazendo uma pesquisa na Internet encontrei este texto. Gostaria se saber se eventualmente gostaria ou estaria disponível para participar neste trabalho, contando a sua experiência.
Deixo-lhe em seguida o meu email, caso me possa contactar:
joaosantosduarte@gmail.com
Com os melhores cumprimentos,
João Duarte