como é que se envelhece
com graça.
Sei lá!
Pensei eu,
se ainda estou a aprender!
que se calhar até sei
como é que
se envelhece com graça.
Pois bem:
Para se envelhecer com graça
sai-se de casa todos os dias
para falar com as gentes,
na rua,
no café
ou na praça.
E assoma-se muitas vezes
à porta,
à janela
ou ao portão
nem que seja só
para ver quem passa.
Fazemos desaparecer
as roupas que
quer na côr
quer na cintura
já não têm aquela graça.
E dão-se também aquelas
onde pela noite escura
se aloja o mofo
e a traça.
Não se perdem
nem jantares,
nem almoços
nem que sejam em barracos
manhosos e escuros
com janelas sem vidraça.
E se nos desafiarem,
mesmo em tom de chalaça,
não viremos as costas a fazer
ainda alguma negaça,
mas não trapaça.
Brindam-se aos amigos
bebe-se uma taça,
aos que nascem,
aos que cá estão,
e aos que partem,
nem que seja
só para à morte fazer
pirraça!
É assim,
penso eu,
que se envelhece com graça.
Então, acho que, se calhar, eu e Pedro estamos envelhecendo com graça. Descobri porque nos encontramos sempre nos almoços...
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