Friday, August 23, 2013

Um telemóvel sem SIM

Tenho uma estória que me tem andado a entreter mas que me tem, de certo modo, incomodado também. A estória é mais ou menos assim:
 
Íamos viajar com África como destino, e decidimos comprar um telemóvel livre, não vinculado a operadora nenhuma. Assim poderíamos usar o cartão SIM de uma operadora que nos desse maiores vantagens durante a viagem. Simples e óbvio, não acham?
 
Bom, comprámos um telemóvel novo e novos serviços de uma operadora bem conhecida e inserimos o novo cartão SIM no novo telemóvel. Por razões que não recordo bem retirámos e voltámos a inserir o cartão no telemóvel umas poucas de vezes. Pela segunda ou terceira vez o cartão SIM saiu mas à saída partiu-se um dos 3 pinos que estabelecem o contacto entre o telemóvel e o cartão. Assim, sem violências, partiu-se um pino, outro ficou danificado, e o terceiro sobreviveu.
 
E aqui começa a estória real. Contactámos a loja onde comprámos o telemóvel mas estes declinaram assistência uma vez que se tratava de danos físicos. Informaram-nos que deviamos contactar o fabricante do telemóvel.
 
Assim fizemos. O pessoal do serviço de assistência do fabricante avaliou os danos e concluiu que a falha não seria coberta pela garantia porque o dano foi causado por mau uso. Por razões alheias ao equipamento, foram as palavras. 
 
Não aceitámos a resposta e insistimos que a falha tem todo o aspecto de ter sido o resultado de falta de qualidade, de uma fragilidade do equipamento. A nossa perspectiva é que se um telemóvel necessita de um cartão SIM para funcionar, o local onde o cartão deve ser instalado precisa de resistir ao esforço normal de instalação e de remoção aplicado por um usuário normal e aceitar os cartões SIM normais fornecidos pelas operadoras.
 
Esta operação, a instalação e a remoção do cartão SIM, tem sido feita por nós, usuários normais, muitas vezes, em telemóveis de várias marcas, e nunca tivemos qualquer quebra do equipamento ou do cartão.
 
A última resposta que tivemos foi que a quebra foi causada por uma razão alheia ao equipamento... por escrito...

Mas, calma aí! O que o representante do fabricante do telemóvel acabou de nos dizer foi, se percebi bem, que a instalação e remoção de um cartão SIM num telemóvel é uma operação alheia ao equipamento. Ou seja, o telemóvel não precisa do cartão SIM para funcionar.

O problema que agora temos é que não sabemos como usar o meu telemóvel sem SIM. 
 
Mas o que mais me preocupa é que a vida está cheia de situações como esta. Se eu tentar vestir normalmente umas calças e estas se rasgam à primeira tentativa, o que nunca me aconteceu, diga-se de passagem, isto pode ser considerado uma ação alheia às calças. Ou se eu me sentar normalmente no banco do meu carro e as costuras do assento se abrirem isto pode ser uma ação alheia ao assento. Ou seja, calças não são para se vestirem e assentos de carro não são para nos sentarmos. Mesmo normalmente.

Vou ter que andar de carro em pé e sem calças, e isso preocupa-me muito porque eu não sei como se faz e receio que a brigada de trânsito me autue por indecente e má figura.
 
Ou estarei a exagerar?
 

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